O projecto “Na Cidade Exposta” é, em
primeiro lugar, uma maneira de viver e habitar a cidade, tendo como
intermediário principal o meio fotográfico. O projecto começou a ser pensado em
Lisboa, tendo como primeiro momento público e material a exposição “Na Cidade Exposta
: Coimbra”, patente no Liquidâmbar, em Coimbra, entre 21 de março e 30 de abril
de 2019. Espera-se em breve poder dar notícia da sua materialização em
livro(-objecto), numa edição limitada de 50 exemplares, que, para além das fotografias que integraram a exposição, incluirá dois textos: um assinado por mim e um outro da autoria de José António Bandeirinha. A venda dos exemplares terá
como único objectivo suportar os custos de divulgação do projecto e do objecto
livro.
Nem todas as imagens disponibilizadas neste
blogue serão reproduções de trabalhos de fotografia da minha autoria; momentos
haverá, em que se procurará o diálogo possível com o trabalho de outros
"fotógrafos".
Pretende-se que os trabalhos apresentados
possam ser vistos, essencialmente, como objectos visuais que reproduzam, o mais
fielmente possível, a experiência com a matéria que tratam, enquanto reflexo
dela e no suporte próprio da imagem fotográfica, digital e impressa: a
cidade, na dupla dimensão de paisagem e obra.
Como tal, as fotografias tenderão a ser o
resultado de “um processo que implica, em primeiro lugar, o assumir da
caminhada livre, o movimento de um olhar disponível para o inesperado de um
plano e das suas linhas de fronteira; um encontro ou uma escolha que pode
determinar, também, a possível duplicação da imagem através da selecção de um
pormenor que lhe escapa, se emancipa, tornando a cidade um lugar por vezes
demasiado estranho – como se já quase não lhe pertencêssemos” [ da folha de
sala de da exposição "Na Cidade Exposta: Coimbra", Liquidâmbar].
De momento, as reproduções são o reflexo
da imagem quase imediata da experiência de um tempo próprio à captação e à
edição mínima, sem mais. Mas não podemos deixar de ser permeáveis a outras
experiências da imagem fotográfica, experiências e práticas que a tornam mais
complexa, quer em termos da sua feitura, quer de uma outra possibilidade de
experiência, sensorial e mental, que possa provocar.
Esta pode ser a minha maneira de falar,
com todo o respeito que me merece, do trabalho e do percurso de Robert Frank.
antónio alves martins
coimbra, 29 de janeiro de 2020
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